IXÉ YGARA VOLTANDO PRA ’ Y’KÛÁ (sou canoa voltando pra enseada do rio)

Disponibilidade: Brasil/Europa

Ixé ygara voltando para `y’kûá.
Ixé ybyrá de raízes que voam.
Xe r-oka é o vento,
Xe r-oka é a água.
A-guatá pelo mundo,
As vezes longe de casa,
As vezes perto de mim.
Xe r-oka é a terra
Da floresta, da ilusão do ocidente,
estrada, fumaça ou curupira.
Longe ou perto de casa
sou yby r-aîyra.

ellen lima

 

R$40,00

_sobre este livro

Este livro é um atravessamento. Os versos que atravessam os poemas antes disso atravessaram a história de um país inteiro, contada aqui pela voz poética de uma mulher na medida da sua travessia. A voz criada pela autora, uma mulher brasileira de origem na indígena, conta poema a poema a vivência de milhares de brasileiros cuja identidade e ancestralidade indígena foram atravessadas pela ocidentalização, mas que agora fazem uma nova travessia, a de volta, como uma canoa voltando pra enseada.
O fio condutor dos versos costura a diáspora e o retorno a si, uma retomada que, de dentro pra fora, acompanha o ciclo do mundo, uma reocupação do seu próprio território íntimo, mas tão pessoal quanto universal. E retornar a si mora no reconhecimento em ser ela mesma um resultado dialético da ilusão do Ocidente com sua origem e ancestralidade indígena, aquela que tem a casa com chão de água e paredes de ar.
A leitura conduz às sensações mais profundas de uma identidade que, marcada, cortada, ferida, gera uma nova identidade no corpo marcado da moça indígena ocidentalizada que aqui fala: angústias do capitalismo ocidental, pertencimento, não-pertencimento, o paradoxo de morar sob a composição de dois sentidos tão antagônicos, a presença e a vivência da cosmologia indígena, em que a natureza é tão somente si mesma, diz: o mar sou eu, tal e qual o vento, o céu, o pássaro, a, a água, a nuvem, e cuja a morte e a vida gozam do mesmo pleno sentido, estatuto e importância.
As páginas que aqui serão lidas são um passeio num Brasil contemporâneo, um passeio assombroso, doído e cheio de ternura neste país tão fortemente atravessado quanto são os poemas, uma seta, uma travessia onde a leitura de cada poema oferece um atravessamento no corpo de quem o maneja. Este livro é uma pedra, portanto. Uma pedra à beira do mar, exposta à ventania e à agua, que com o tempo, toma a forma do próprio tempo que o provoca. A pedra, em algum momento, que deixa de ser somente pedra e passa a ser também tudo que nela toca. A estrela valente, e o significado da literatura brasileira. Ellen Lima

Manuella Bezerra de Melo

_outras informações

isbn: 978-65-5900-053-1
idioma: português / tupi
encadernação: brochura
formato: 12 x 16,5
páginas: 64 páginas
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2021
edição: 1ª

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